O torcedor do Goiás estava confiante – e tinha motivos pra isso. O torcedor do Goiás estava eufórico – e como não ficar ao ver Felipe Amorim, Robert, Rafael Toloi, Ernando e o restante da turma de garotos jogarem como gente grande? O torcedor do Goiás comemorou bastante o empate do 1º jogo, mas, no fundo, sabia que aqueles 15 minutinhos com dois jogadores a mais deveriam ter sido melhores aproveitados.
Mas vamos ao jogo.
O Goiás começou melhor (aliás, o Esmeraldino “jogou mais” em 88% do tempo). Mas o Atlético-GO, diferente do que fez na 1ª partida da final, estava decidido a levar a taça. Nos olhos dos jogadores (e dava pra ver isso à beira do gramado), a vontade de ser campeão deixava-os frios, no bom sentido, claro. Ninguém perdeu a cabeça. Todos entenderam um possível apelo de PC Gusmão que, certamente, sabia que para levantar o troféu precisaria terminar a partida com todos os 11 atletas em campo.
Mas como marcar Felipe Amorim? - Não foi preciso.
O jogador mais perigoso do Goiás não foi “caçado” ou mesmo “anulado” por algum atleticano raçudo. Felipe Amorim se marcou sozinho. Aos 12 min ele, a maior preocupação na cabeça dos rubro-negros, deu de presente a bola do jogo a Adriano. Adriano, pra quem não sabe, é o jogador mais criticado do futebol goiano, atualmente, e foi o maior craque da temporada naquele bendito (ou maldito, depende do time que torces) lance. Durante o restante do jogo o “grande” Adriano se empolgou, desceu várias vezes até a linha de fundo, mas não fez nada que merecesse destaque. Ao contrário disso, para Felipe Amorim, a revelação da temporada, nada, absolutamente, nada dava certo.
E o Márcio?
O Márcio foi quase um São Márcio. Nada passava por ele. A impressão que dava é que nem se a partida tivesse mais 1.444.333 minutos, o gol sairia. O camisa 1 do Atlético-GO fez o melhor jogo de sua vida. Bolas no ângulo, rasteiras no canto, fortes no meio... Nada passava. Quiseram os Deuses do futebol que Márcio levasse ao menos um gol para que ele se colocasse no seu devido lugar. Márcio é “homem humano” e sofreu o gol de honra Esmeraldino marcado por Guto aos 46 do segundo tempo, mas que de nada adiantou.
E os meninos da Serrinha?
Durante os 90 minutos mais coisas me chamaram a atenção. Toloi – melhor zagueiro do Campeonato, lealmente, não deixava mais ninguém passar pelo paredão que ainda tinha Ernando, outro garoto da base. Robert era um gigante sem inspiração, mas era gigante. A moral do garoto era tanta que cabia a ele (Robert), a responsabilidade de sempre ir à linha lateral colher dicas do professor Artur Neto. Os experientes Marcão e Zé Antõnio, do Goiás, foram substituídos, mas os garotos da Serrinha, não. Quanta maturidade.
Mas não deu pra eles.
Fim de jogo, mas sejamos justos.
Ao fim da tarde e começo de noite do dia 16 de maio de 2011, o Campeonato Goiano, que acompanho assiduamente há seis anos, teve dois campeões: o Atlético-GO, que agora é bi, e com todos os méritos. O Rubro-negro, time mais antigo em atividade no futebol daqui nunca havia sido campeão por duas vezes consecutivas... Agora é! O outro vencedor foi o Goiás, que viu na dificuldade e abismo financeiro, a oportunidade e necessidade de forjar o que de melhor sabe fazer: atletas profissionais.